Paulo André, o seu PA

Meu nome é Paulo André, mas eu gosto mesmo é de ser chamado de “PA”.

Por quê? Porque além do motivo óbvio, ou seja, de possuir um nome que me dá o direito irrefutável de optar pelo apelido “PA”, eu, modéstia à parte, sou um pau amigo de primeira. O melhor entre os melhores.

Alguns moleques sonham em virar astronautas; outros desejam seguir a perigosa e heroica carreira de bombeiro; àquele, ainda, que vive a afirmar que será um médico como o pai; eu, porém, desde os tempos da escola, depois do tradicional “O que você quer ser quando crescer?”, já demonstrava saber muito bem em qual área pretendia atuar. “Quero ser pau amigo, professora!”, eu respondia; e, em seguida, agarravam-me pelo braço e me levavam – como se arrastassem um perigoso psicopata – à sala da psicóloga (mocinha que hoje, apesar de já não ser mais tão mocinha e de estar pertinho da menopausa, vive a declarar que eu sou o mais completo de todos os paus amigos, e a me usar, óbvio). Freud explica.

E eu faço questão de explicar o motivo desta declaração em um blog tão nobre: quero ser o seu PA, moça! Isso mesmo que você entendeu! Eu, Paulo André, estou aqui para oferecer os meus inestimáveis serviços a você. Que tal?

O que você ganha com isso?

Ao entrar em sua vida – e em outros lugares do seu corpo – farei com que você aposente, para sempre, aquele seu vibrador de estimação que, além de possuir diferentes velocidades, faz também Nespresso, corta latas e frita batatas sem utilizar óleo. Curtiu?

Acha pouco?

Farei com que você apague, de uma vez por todas e sem medo de se arrepender, o telefone daquele cowboy bebum a quem você recorre quando a sua perereca clama por companhia. Não se faça de desentendida. Pensa que eu não sei do seu hábito de ligar para aquele domador de cavalos selvagens que, para o sofrimento dos seus ouvidos, depois do sexo, vive a cantarolar “Evidências” no banheiro do motel? Pensa que eu não sei nada sobre a vergonha que você sentiu quando o jumento de botas feitas de couro de cascavel parou a caminhonete em frente ao bar em que você estava com todo o pessoal do escritório e, para o seu desespero, chamou você de “égua danada”?

Quer mais razões?

Sabe aquela água toda que você desperdiça quando usa o chuveirinho para fins que vão muito além da higiene corporal? Não desperdiçará mais! Basta! E o planeta agradecerá a minha presença em você. Que tal? Convenci? Ainda não?

Já sei! Você está me achando muito pau e pouco amigo. Acertei? Aí é que você se engana, futura utilizadora dos meus serviços. Quando você estiver com o cigarrinho pós-coito entre os lábios, contarei causos divertidos, farei você gargalhar. E se você não estiver a fim de rir? Posso partir para um assunto mais cabeça, recomendar o novo filme do Darín e falar um pouco sobre filosofia. Curtiu agora? E quando você quiser retomar o lepo-lepo, don´t worry, because i am a sex machine. Vou de molenga à rocha em sete mobile casino segundos.

Se eu sei chupar? Está brincando comigo? Passo dias chupando, se quiser. Meses, aliás. E chupo direitinho. Profissa mesmo. Não sou como aqueles adolescentes que acham que uma bela chupada se faz apenas com lambidas velozes no capô. Passei três anos na Chechênia fazendo um curso de chupação de xereca. Depois, não satisfeito, ainda fiz pós, mestrado e doutorado na coisa. Tenho certificado e tudo. Troféus e medalhas também. Chupo mesmo. Com gosto. Com vontade. E o melhor: não sou fresquinho como aqueles homens (homens?) modernos que têm nojinho de pelo. Pergunte à maravilhosa Vera Fisher e saberá que mergulho em matas fechadas com prazer e disposição inigualável. Por isso, meu bem, mesmo quando não estiver com a depilação em dia, pode me ligar sem grilos, mandar mensagem no WhatsApp, e-mail, SMS, carta, sinal de fumaça, sei lá. Como preferir. Aliás, saiba que, assim como as esfihas do Habib´s, eu apareço em, no máximo, vinte e oito minutos. Melhor impossível, não é? Eu sei, eu sei.

Se eu cobro por isso? Você está louca? Não me ofenda novamente, ou, nem mesmo se implorar de joelhos, me terá em sua fenda. Eu faço por prazer, já disse! Não sou um gigolô! Não sou um putão! Não sou o Alexandre Frota! Sou, apenas, um PA de categoria, um PA único. Do tipo que pode até ser levado a jantares e ao cinema, se quiser me expor um bocadinho e matar de inveja as moças que namoram homens feios, sem graça, desgraçados, melhor dizendo. Ah, se quiser, posso até ser apresentado àquelas tias fofoqueiras que vivem chamando você de encalhada. Mas eu não me importaria com elas se fosse você.

Interessadas, peço que me enviem um e-mail para [email protected]. E serão atendidas de acordo com a minha disponibilidade de horários, ovos de codorna e Dorflex.

Obs: gostaria de agradecer ao Coiro, meu grande amigo e parceiro de bar, por ter cedido a coluna dele desta semana para a divulgação do meu dom.

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