Sonhos: 9 coisas interessantes que você vai adorar saber sobre eles

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Muitos estudos já foram feitos sobre sonhos e, conforme a tecnologia e as pesquisas a respeito do cérebro avançam, tudo indica que ainda há muito para descobrir. A ciência e a psicanálise, porém, oferecem várias explicações para as dúvidas mais comuns. Acredite: quando a gente dorme, todo um mecanismo complexo e interessantíssimo entra em ação, esclarecendo coisas que não conseguimos notar quando acordados. Confira 9 fatos bem curiosos:

1. Para que servem, afinal, os sonhos?

Um dos maiores estudiosos sobre o tema de todos os tempos, o psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856-1939) argumentou no clássico “A Interpretação dos Sonhos” (1900) que os sonhos representam nossas tentativas de satisfazer os desejos dos quais não temos consciência –ele se referia, principalmente, aos desejos sexuais. É uma possibilidade coerente, mas não a única. Em 2010, uma pesquisa conduzida pela Universidade de Harvard (EUA) e publicada no site  Live  Science afirma que o propósito dos sonhos é nos ajudar a encontrar soluções para os problemas que nos afligem durante o dia, quando estamos acordados. Ou seja, é uma maneira simbólica de lidar com várias questões espinhosas, sendo que de algumas temos consciência, mas de outras, não. Os sonhos também são uma maneira de o cérebro selecionar e guardar memórias e fatos.

2. Eles não devem ser levados ao pé da letra

“Nunca, porque sonhos são produzidos no território onírico do cérebro, onde as imagens aparecem com um simbolismo próprio, na maioria das vezes impossível de ser compreendido na íntegra”, diz a psicóloga clínica Silvia Malamud, especialista em abordagem direta a memórias do inconsciente, de São Paulo (SP). “As pessoas podem confundir essas vivências com algo premonitório, quando, na verdade, são representações de variáveis emocionais do nosso psiquismo na tentativa de se resolver”, completa.

3. Pesadelos representam nossos medos escondidos

Existem sonhos ruins, dos quais, às vezes, nos lembramos no dia seguinte com uma sensação incômoda, e os pesadelos, tão assustadores que acabam nos levando a acordar. De acordo com Silvia Malamud, na maioria das vezes, os pesadelos provocam uma intensa angústia, porque as pessoas não têm consciência de que são muitos os medos obscuros que ficam escondidos nos porões da consciência. Eles surgem na fase REM do sono, a mais profunda do ciclo. “Questões traumáticas mal resolvidas, como diversos tipos de abuso, por exemplo, podem sequencialmente ser reveladas em formato de pesadelos durante grande parte da vida das vítimas. Isso só termina com terapias de reprocessamento cerebral, como EMDR e Brainspotting, que reproduzem a fase REM de modo monitorado para que a solução dos conflitos e perturbações possam acontecer de modo eficiente”, explica a especialista.

4. Pesadelos infantis são normais e até esperados

Eles acometem, principalmente, a faixa etária que vai dos 3 aos 7 ou 8 anos de idade. É uma fase em que as crianças estão descobrindo muitas coisas através de histórias, desenhos animados, experiências. O mundo da fantasia é muito vasto e rico e pode se refletir na hora do sono. Além disso, o ego, a parte mais racional da personalidade, está em formação, assim como o sistema nervoso. Os pesadelos, portanto, fazem parte do processo de desenvolvimento infantil. Sua quantidade é que merece atenção: se a criança tem pesadelos mais de três vezes por semana, por exemplo, vale consultar um especialista.

5. Pessoas que tentam parar fumar têm sonhos mais intensos

A revista científica “Journal of Abnormal Psychology” (EUA) divulgou uma pesquisa sobre sonhos realizada com 293 fumantes com abstinência –tinham parado de fumar entre uma e quatro semanas. Os resultados: 33% relataram ter pelo menos um sonho com cigarros. Na maioria dos sonhos, as pessoas relataram vontade de fumar e sentiram fortes emoções negativas como pânico e culpa. Segundo relatos, 97% dos indivíduos não tinham esse tipo de sonho antes e os classificaram como mais vívidos e longos do que os habituais.

6. Sonhamos todas as noites

E várias vezes, sabia? “Temos cerca de seis ciclos REM por noite e é nesse período de tempo que os sonhos acontecem”, diz Silvia. E por que não nos lembramos de todos? Há algumas explicações. Uma delas, segundo a psicóloga, é que por conta da dificuldade de receber informações do mundo interior, muitos “especializam-se em somente em viver as experiências da realidade objetiva imaginando que não têm sonhos, mas trata-se de um engano, pois apenas não acessam o conteúdo deles”, fala. Para Carrion, a finalidade dos sonhos não é serem lembrados. “Eles mexem com determinados fatos, em geral conflituosos, através de símbolos, para que ninguém se estresse à toa. Se eu não me lembrar, é um fator de estresse a menos na vida. E, se lembrar, personagens e fatos estão disfarçados”, comenta.

7. Os cegos também sonham

Se uma pessoa com deficiência visual já enxergou um dia, obviamente, sonhará de modo semelhante ao de qualquer um. Porém, as pessoas cegas de nascença, que não enxergam absolutamente nada, também são capazes de ter sonhos tão vívidos quanto os de quem enxerga. A diferença é que exploram os outros sentidos –audição, olfato e tato– e, em especial, suas emoções, resultando em sensações diferentes daquela que experimentam quando estão acordadas.

8. As pessoas sonham com as mesmas coisas

Sentir os dentes caindo, ser perseguida, tentar correr e não conseguir, voar, reprovar em um exame, perceber que está sem roupa na escola ou no trabalho, transar em público, ver a morte de uma pessoa querida, fazer sexo com alguém que odeia, vivenciar uma inundação. Podemos apostar que você já sonhou com mais de uma dessas situações. Aliás, a população inteira do planeta já viveu essas experiências. Não é à toa, já que elas simbolizam sentimentos e emoções comuns à toda a humanidade: amor, desejo reprimido, raiva, inveja, ódio, medo, censura interna etc.

9. Nossa mente não inventa rostos

Sabe todas as pessoas desconhecidas com as quais você se lembra de ter sonhado? Pois elas não são, necessariamente, estranhas aos seus olhos. Segundo pesquisas, nos sonhos surgem apenas pessoas que vimos ao longo da vida, mesmo que não nos lembremos delas. O nosso cérebro é uma espécie de HD de rostos com uma coleção bem variada para utilizar durante os sonhos.