Eu, você, ele… todos carregamos bagagens

Eu, você, ele… todos carregamos bagagens

Seria ótimo se conseguíssemos apagar o passado das pessoas com quem nos relacionamos. Seria ótimo se no momento em que decretado o fim, a terra se abrisse e sugasse para dentro, sem possibilidade de retorno, o ex conjugue da outra pessoa. Seria ótimo se existisse um aparelho de apagar memórias, igualzinho o que Will Smith usa em M.I.B, e a outra pessoa nunca mais lembrasse de ninguém antes de nós, não é? Imagina só se pudéssemos num passe de mágica, ser sempre os primeiros a chegar naquela vida, a mexer naquele coração, a dar voltas naquela cabeça.

Seria ótimo! Seria? Será que nosso ciúme bobo e incabível do passado é tão incontrolável assim que preferiríamos apagar um passado que como a própria palavra diz, já passou, do que aprender a lidar com ele? Porque nos incomodamos tanto com as bagagens que o outro carrega, se também carregamos as nossas?

Infelizmente, ou felizmente, o passado não se apaga. Ele acontece para todos, e não há nada que ninguém possa fazer para mudar o que já passou. O passado pode ter sido lindo, pode ter sido terrível, pode ter sido intenso, pode ter sido frio como uma geladeira, não importa, o passado é a página virada, a esquina que ficou pra trás, o assunto que nunca mais voltará a mesa. Acabou. Fim. C’est fini. E ele não representa perigo nenhum.

É difícil imaginar o coração que hoje te ama, amando outras pessoas. A boca que hoje te beija, passeando por outros corpos. As juras feitas para você, sendo destinadas a outras pessoas. É difícil, eu sei, mas a boa notícia é que você não precisa imaginar nada disso. Você não precisa ocupar nenhum espaço da sua mente com o que ficou pra trás na vida do outro. Pra quê tanto masoquismo desnecessário? O tempo que você perde odiando o que ficou pra trás, poderia estar amando o que está bem na sua frente.

Somos hoje, fruto do que o passado fez de nós. Não existe melhor professor do que as experiências adquiridas com os erros e os acertos de ontem. Seja grato pelo seu passado. Seja grato pelo passado das pessoas que você ama. Sem ele, elas não seriam quem são.

Tudo acontece no momento em que tem que acontecer. Às vezes somos apenas passagens nas vidas alheias. Às vezes somos nós os ensinamentos. E quando é assim, umas hora elas vão embora. Elas seguem seus rumos, e a gente segue o nosso. Mas outras vezes, nós somos a reta final. Nós somos o porto definitivo daquela vida e ela a nossa. E é de uma injustiça tamanha amaldiçoarmos as águas pelas quais aquela pessoa teve que navegar até vir de encontro à nossa. Ela precisou percorrer aquele caminho. E sem ele, ela não estaria onde está hoje.

Então seja grato pelas bagagens que o outro carrega. Todas serviram de ponte até você. E quando o presente é lindo – quando temos realmente vontade de fazê-lo lindo – ele é tudo o que importa.

Leia nossa indicação e post “É possível chegar a perfeição do ser humano?”

Siga nosso insta @PensarBemViverBem




Deixe seu comentário