3 dicas para lidar com o luto

3 dicas para lidar com o luto

Passado alguns dias do dia 2 de novembro, dia de finados, a dor ainda pode estar presente em muita gente que tem uma ferida aberta por conta de uma perda recente.

Eu, particularmente, tenho um carinho especial por esse assunto. Quando comecei o estágio profissional na universidade, minha primeira paciente tinha a demanda de luto e foi muito bonito poder acompanhar a história dela num processo doloroso, mas que foi de superação, durante 1 ano.

Falar sobre a perda de um ente querido é falar de um assunto importante, mas difícil. Difícil porque nunca nos sentimos preparados para perder alguém. O assunto morte ainda hoje tem um certo tabu nas nossas vidas.

Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, o processo de luto não é uma doença. É um processo necessário ser ultrapassado e vivenciado com todas as emoções desagradáveis. Pode sim, estar associado a algum transtorno, como por exemplo, depressão, mas não quer dizer que a pessoa necessariamente está deprimida porque ela está triste. A tristeza é esperada nessa fase. A duração desta emoção, assim como o período de enlutamento, é muito individual e vai depender de alguns fatores:

  1. A relação que se tinha com a pessoa que perdeu – A tendência é que quanto mais próxima a relação for, mais se sentirá essa perda
  2. A idade que o enlutado tem – O luto infantil tem peculiaridades em relação ao luto infantil
  3. A maneira como a pessoa vivenciou lutos anteriores – De que forma a pessoa enfrentou perdas anteriores, ou seja, podem haver lutos não elaborados. Vale mencionar que até a perda de um pet muito querido, pode reabrir feridas
  4. A espiritualidade/religião – São fatores protetivos
  5. A causa da morte – Perdas inesperadas são apontadas nas pesquisas como mais difíceis
  6. As características de personalidade – O jeito de cada um
  7. A rede de apoio – Ter com quem contar: amigos, família, colegas de trabalho

Tudo isso, influencia no luto bem sucedido. Nessa condição, as lembranças veem com menor frequência e intensidade e deixam de ser dolorosas. Aos poucos, as emoções como tristeza e desespero vão dando lugar à saudade e amor. O que não quer dizer que o choro não surgirá em alguns momentos.

Se espera de maneira geral, que o processo de luto dure cerca de 1 ano. No entanto, algumas pessoas ficam fixadas a essa vivência e não conseguem mais retomar a vida: trabalhar, sair de casa, se relacionar com outras pessoas, voltar a estudar e aí, fixadas, desenvolvem transtornos, podem perder o emprego, adquirem sobrepeso, obesidade, compulsão alimentar e acabam utilizando a comida para lidar com a perda, como se a comida fosse preencher um vazio.

Dessa maneira, precisamos prestar atenção nas emoções. O processo e psicoterapia sempre será de mais valia, ou seja, não se necessita esperar 1 ano para buscar ajuda. As pessoas podem buscar terapia para lidar melhor com a dor e expressar as emoções, trabalhar com crenças disfuncionais em relação a morte e até prevenir suicídio. Então a psicoterapia esta indicada não somente para o luto não elaborado, mas desde que ele está instalado.

Se eu pudesse dar dicas de como lidar com o luto, seriam:

  1. Permita-se ficar triste e passar por momentos de dor. Não negue as emoções.
  2. Busque ajuda e aceite ajuda de outras pessoas quando isso interferir e trouxer prejuízos para retomar sua rotina.
  3. Redefina sua identidade. Você pode não ser mais pai/mãe/filho, etc, mas certamente possui outros papéis.

Se você estiver passando por um momento difícil, não hesite em buscar apoio. Se você conhece alguém que está passando pelo luto, ofereça ajuda, mas permita que essa pessoa vivencie essa fase.

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