ENSINANDO HABILIDADES DE VIDA COM ESPORTE

ENSINANDO HABILIDADES DE VIDA COM ESPORTE

Introdução

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelo povo brasileiro ao longo dos anos, como níveis de criminalidade e desemprego em alta, ao mesmo tempo que frequência escolar e segurança estão em baixa, uma das principais características deste é seu encanto pelo esporte, principalmente, o futebol.

Muitos jovens crescem sonhando em se tornarem atletas de elite, porém a realidade costuma ser muito diferente. Muitos dos jovens que participam de programas e escolinhas de futebol, infelizmente, não chegarão ao nível mais alto e, portanto, terão que se encaixar em alguma outra função na sociedade. Adicionalmente, grande parcela dessa população costuma ser de classes mais baixas, tendo menos oportunidades para adquirirem habilidades e se desenvolverem de forma ideal.

Dessa forma, considerando à alta aderência de jovens em atividades esportivas, o baixo custos destas, e seu potencial para impacto, é importante incluir no esporte a oportunidade de desenvolver ‘Life Skills’, ou seja, habilidades de vida.

ENSINANDO HABILIDADES DE VIDA COM ESPORTE

Life Skills

A UNICEF (2003) definiu habilidades de vida como capacidades psicossociais que produzem comportamentos positivos e adaptativos, permitindo que o indivíduo seja capaz de lidar com as demandas da vida diária de forma eficiente. Para ser considerada uma habilidade de vida, esta deve ser aplicável e útil em mais do que um contexto. Algumas dessas habilidades incluem liderança, auto regulação emocional, estabelecimento de metas, trabalho em equipe, etc.

O esporte se torna um contexto interessante para o ensino e aquisição de habilidades de vida devido a seu caráter recreativo e distinto de classes de aula (TROTTIER; ROBITAILLE, 2014), capaz de atrair um número maior de jovens participantes.

Apresentar a jovens, principalmente aqueles em situação de risco, a oportunidade de adquirir e praticar habilidades de vida pode motivá-los a seguir um caminho mais saudável e se tornarem cidadãos funcionais da sociedade. Além disso, é possível aumentar a abrangência de oportunidades para esses jovens pela melhora de habilidades sociais, performance acadêmica e probabilidade de estar empregado (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010).

Estudos nas últimas décadas vem demonstrando que atividade física é eficiente para promover a aprendizagem e aquisição de habilidades de vida, principalmente para a autoestima e confiança, desenvolvimento, responsabilidade e capital social, diminuindo a incidência de comportamentos antissociais (PRIEST; GASS, 1997; DANISH, 2002; MARTINEK et al., 2006; COPE et al., 2016)

 

Conclusão

Atividades físicas e esportivas representam um contexto muito fértil para a promoção de ideias e comportamentos positivos. Estes podem ser agrupados sob o termo ‘habilidades de vida’ e permitem que o indivíduo alcance bem-estar, relacionamentos saudáveis e desenvolvimento pessoal.

No Brasil, é grande a população que se beneficiaria de um programa esportivo que oferece o espaço para a aprendizagem e aquisição de habilidades de vida por meio da prática e reflexão. Além disso, esporte é uma atividade que costuma atrair pessoas de todo o tipo.

 

Referências

COPE, E., BAILEY, R., PARNELL, D., NICHOLLS, A. Football, sport and the development of young people’s life skills. Sport in Society. DOI: 10.1080/17430437.2016.1207771. 2016

 

DANISH, S. J. Teaching life skills through sport. In M. Gatz, M. Messmer, & S. Ball-Rokeach (Eds.), Paradoxes of youth and sport (pp. 49-60). Albany, NY: State University of New York Press, 2002

 

MARTINEK, T.; SCHILLING, T.; HELLISON, D. The development of compassionate and caring leadership among adolescents. Physical education and sport pedagogy, v. 11 (2), p. 141–157, 2006

 

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010

PRIEST, S.; GASS, M. A. Effective leadership in adventure programming, 1997

 

TROTTIER, C.; ROBITAILLE, S. Fostering Life Skills Development in High School and Community Sport: A Comparative Analysis of the Coach’s Role. The Sport Psychologist, Quebec City, v. 28, p.10-21, 2014

 

UNICEF, 2003

 

 

 

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