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PAULO BISCAIA FILHO - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS

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Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entreviado (a) pelo cinema.

E hoje, com vocês, o cineasta e roteirista Paulo Biscaia Filho

Boa sessão:


1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS que faziam parte do nosso cotidiano. Você é um apaixonado por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.

P.B.F.: Mudou minha vida, construiu minha profissão. Como toda criança da década de 70 e 80, eu tive um envolvimento muito grande  indo com minha família no cinema, mas foi com “Caçadores da arca perdida”, que vi no Cine Bristol, cinema obviamente já fechado aqui em Curitiba, que eu tive minha primeira obsessão com um filme. Esta obsessão foi para o making of, que me levou ao meu fascínio pela produção do cinema,  pela direção do cinema e a querer fazer isto. É aonde deu o "clique" inicial.


2) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar vários filmes, nos diga  qual o filme mais importante da sua vida.

P.B.F.: É muito difícil dizer um filme, que seja o filme mais importante da minha vida, mas é óbvio que eu poderia falar de diversos como O exorcista, Uma noite alucinante, Poderoso chefão, Apocalypse now, Fitzcarraldo e uma série de outros filmes que me influenciaram muito, mas como eu falei na resposta anterior, o destaque fica para Caçadores da arca perdida, por ter sido o filme que me fez ver o cinema como uma possibilidade de comunicação com o mundo,  e a gramática disto, dai juntando um segundo filme, foi Janela indiscreta do Hitchcock. O "Caçadores" me ensinou que havia linguagem e Janela indiscreta me ensinou a linguagem. 


3) O Sr. é fundador e membro da Vigor Mortis, companhia de cinema, teatro e quadrinhos, sediada em Curitiba e criada há mais de 20 anos. Como apaixonado por cinema de horror, diretor de filmes independentes, acostumado com a ralação para conseguir financiamentos dos filmes,  qual o conselho deixaria para quem está começando na área? 
Quais são os erros mais comuns que um diretor iniciante deveria evitar?

P.B.F.: Falando especificamente para o pessoal que quer iniciar no terror. Ele tem que ser algo apaixonante, mas tende a ser algo passageiro na vida de uma pessoa. E isto é algo que deve ser avaliado, porque quando você se engana e mente para si mesmo, obviamente você não vai conseguir produzir grandes obras. Você tem que ser sincero. O horror e o cinema de horror é uma linguagem em si. É uma linguagem fabulesca. É uma linguagem que fala de forma indireta. E sendo assim, tem que ser algo, ao mesmo tempo lúdico e chocante.


4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história legal que tenha acontecido  durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar conosco? Alguma história de bastidores, por exemplo...

P.B.F.: Seria muito difícil escolher uma história ou dizer qual história é mais interessante. Eu acho que todas as histórias que pessoas fazem com paixão são interessantes. Acho que é muito mais legal quem quer que esteja lendo esta entrevista, vá lá, faça o que você ama, e tenha sua história interessante para contar. Acho que esta é a parte mais legal de tudo isto.


5) Se pudesse, por um dia, ser um diretor(a) dos (as) mais famosos (as) do cinema, e através deste dia, ver pelos olhos dele (a), uma obra prima sendo realizada, qual seria o diretor (a) e o filme? E claro... Por quê?

P.B.F.: É difícil mencionar um né. Eu tenho uma admiração por Hitchcock, pelos filmes do Steven Spielberg dos anos 70 e 80 em especial, além de obras recentes como Roma, do Alfonso Cuaron, que é de um brilhantismo enorme, aquelas planas sequências dele são geniais. Ou outras construções fílmicas como Orson Wells, por mais óbvio que seja. A gente esta sempre querendo fazer o melhor. Todo cineasta personifica um pouco os cineastas que os influenciaram. Então todo dia eu faço isto, eu viro um pouco, outro cineasta.


6) Agora voltando à sua área de atuação. Qual trabalho realizado você ficou profundamente orgulhoso? E em contrapartida, o que você  mais se arrependeu  de fazer?

P.B.F.: Bom, escolher o filme que fiquei profundamente orgulhoso, é mesma coisa que escolher filho: não sei. É absolutamente impossível. E gosto muito dos filmes que eu fiz. Tenho muito orgulho de Morgue story, Nervo craniano zero, Virgens acorrentadas e pelos próximos que estão por vir. Eu tenho orgulho das peças que eu fiz, e eu não tenho arrependimento de nenhuma. Aquelas que podem não ter tido tanto êxito, elas me ensinaram muito, então eu não me arrependo de absolutamente, nenhuma obra. Podem doer às vezes, mas jamais gerar arrependimento e sim ensinamento.


7) Para finalizar, deixe uma frase famosa do cinema que te represente.

P.B.F.: Bom, eu estou aqui na sala de casa, em frente a um cartaz de um dos meus  filmes favoritos "Asas do desejo", do Win Wenders, e este filme tem algumas passagens aonde o anjo, interpretado por Bruno Ganz, que faleceu em 2019, escreve num papel um poema, que foi escrito pelo dramaturgo Peter Handke, e ele sempre começa com o mesmo verso, que é a frase que eu deixo:

"Als das Kind Kind war, war es die Zeit der folgenden Fragen", traduzindo, "Quando criança, criança era a época de perguntas". Moral: sempre manter esta curiosidade de criança e que eu mantenho sempre de explorar novos mundos, contar novas história e tudo mais.

M.V.: Muito obrigado.. Foi um prazer

P.B.F.: Muito obrigado pela oportunidade e espero ver todos vocês numa sala de cinema, vendo não só os meus filmes, mas os filmes muito legais que tem por ai. Abração

M.V.: Sucesso para você.



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