Em uma biografia em formato bem diferente, “Um lindo dia na vizinhança” conta parte da história do apresentador infantil, Mr. Rogers, interpretado de forma magnífica por Tom Hanks. A diretora Marielle Heller fez o longa de uma maneira pouco convencional, pois, embora seja uma representação da vida de Mr. Rogers, o protagonista é o jornalista Lloyde Vogel, que recebeu a incumbência de escrever um artigo numa revista sobre o apresentador, enquanto passava por um momento difícil em sua própria vida.
Com problemas familiares e desconfiado, Lloyde se questiona sobre a extrema benevolência de Mr. Rogers, que sempre é uma pessoa atenciosa, empática e feliz, algo que Lloyde (nem ninguém) não estava acostumado a ver. O filme mostra como era a rotina do programa infantil, que, mesmo sendo muitas vezes brega e um pouco lento, cativava os telespectadores, tornando o Mr. Rogers um ícone da TV. O longa também é feliz ao mostrar a influência indireta de Rogers sobre a vida de Lloyde, que possui problemas de relacionamento com seu pai ausente, vivido por Chris Cooper.
Em um mundo cada vez mais cruel e acelerado, “Um lindo dia na vizinhança” deixa-nos refletindo sobre como podemos ser mais empáticos e como uma conversa verdadeira e interessada tem um poder magnífico na vida das pessoas ao nosso redor. Com o exemplo de Mr. Rogers, esse filme é uma verdadeira lição de vida e de compaixão.
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